quinta-feira, 3 de julho de 2008

Tem mulher no rodeio da ExpoAgro

Mulher no rodeio deixa a arena muito mais envolvente, assim como o evento mais belo e elegante. Mas não trata-se apenas das expectadoras ou das competidoras, como também quando o assunto é madrinhagem. Responsáveis por resgatar os peões na modalidade cavalos e segurar os animais após os oitos segundos de montaria, essas mulheres dão um toque especial a cada apresentação. Com muita agilidade, ela tem função semelhante aos salva-vidas, entrando nas arenas para garantir a segurança dos peões. Além da missão de livrar o peão da queda esses profissionais também são responsáveis por agilizar a volta dos animais aos bretes garantindo rapidez entre uma montaria e outra.
É o caso da madrinheira Lílian Karla Silveira Almeida Souza, de 30 anos, que participa de 25 a 30 rodeios por ano, todos da Companhia de Rodeios Tony Nascimento, já que ela é exclusiva. Há quatro anos madrinhando, antes disso ela montava nos rodeios como competidora e já praticou Hipismo Clássico.
A Companhia Tony Nascimento conta ainda com outra madrinheira, a Fátima Araújo. As duas estarão em Campos, no rodeio da 49ª ExpoAgro, de 4 a 7 de julho, às 21h30, com a realização do Rodeio Mirim nos dias 5 e 6 , às 16h.
Como funciona - Lílian Karla explica que na modalidade de touros, não há a necessidade de madrinheira ou padrinheiro porque o peão é obrigado a pular do touro, enquanto o palhaço salva-vidas distrai a atenção dele. “Já na modalidade cavalos, é muito perigoso o peão se jogar porque o cavalo pula correndo, então se o peão se jogar, o cavalo pode machucá-lo, quebrar uma perna, um braço. É aí que a gente entra”, explica.

Seu trabalho funciona da seguinte forma:
A madrinheira, montada no seu cavalo, encosta no outro onde está o peão, e o resgata, puxando-o para o seu cavalo. Depois disso, é hora de tirar o cavalo da pista. “Mas por você estar montado em outro cavalo, é mais fácil conseguir acalmar o animal”, diz.
O trabalho exige força e muita técnica, mas sua experiência em rodeios lhe proporciona conhecimento para saber a melhor hora de agir.


















Todo respeito dos homens em terreno tipicamente masculino

Com a mesma desenvoltura que consegue dominar o seu cavalo e resgatar o peão ao mesmo tempo, ela chama a atenção da platéia com seus longos cabelos negros, sem perder o respeito dos peões pela presença de uma mulher naquela área normalmente composta por homens.
No Rio, além de Lílian e Fátima há mais ou duas madrinheiras em atividade, informa Tony Nascimento. Já em São Paulo, a função destas mulheres é ainda mais respeitada, e já conta com 4 ou 5 mulheres. Com muita luta, elas vêm conseguindo acabar com a discriminação também. “Afinal de contas, a gente está correndo riscos para salvar a vida deles. A nossa preocupação é com eles, e hoje eles nos respeitam muito, destaca.Além de respeito, Lílian também conquistou também o coração do peão Tony Nascimento, dono da Companhia. Ela ainda é mãe de Thales Nascimento, nome já conhecido no meio. “Ele participa do rodeio montando em carneiros, e já está inventando de ser adestrador de cavalo”, comenta a madrinheira.

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